Eros, o cupido da mitologia grega, vem sendo redefinido ao longo da história da humanidade. O erótico virou sinônimo de pornografia, um caminho fácil para uma sociedade de base cristã, onde cada pensamento ou comportamento fora do padrão é visto como pecado. A literatura erótica serviu para iniciar e instruir jovens durante décadas, despertando o desejo. Alguns escritores se destacaram ao longo do tempo por transgredirem uma sociedade convencional e conservadora, pois era preciso quebrar os paradigmas da sociedade falocêntrica. Todavia, as prostitutas e os garotos de programa eram os receptáculos para extravasar o desejo machista: o que não era permitido em casa era buscado nas ruas, em encontros furtivos. A liberdade sexual só veio nos anos de 1960, mas ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo num momento como este, com as liberdades individuais sendo atacadas e com o recrudescimento do moralismo. Por isso, Esse moço, de Carlos Romeiro, é uma leitura urgente, pois reafirma que, sim, todas as formas de amar valem, que o amor entre iguais existe, assim como o gozo e o prazer.
Leonardo Costaneto
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