O que teria a dizer uma gatinha com menos de um ano diagnosticada com uma leucemia fatal? Provavelmente nada, diriam os leitores, pelo mais óbvio dos motivos: os gatos não falam. É bem provável que ninguém tenha avisado a vira-latas Lili desta limitação dos bichanos, pois em Federica Felina, esta gatinha fala, e muito, sobre os mais diversos assuntos, de aulas de alongamento, da passagem do tempo, da descoberta dos afetos. Narrado em primeira pessoa, ou melhor, em primeira gata, este pequeno romance aborda a finitude sob o ponto de vista de um animal. Talvez por isso o livro não apresente a abordagem formal e quase sempre melancólica com que nós, os humanos, nos dedicamos ao tema. Lili sente que seu tempo está se esgotando, mas nada a impede de fazer novas amizades, de assistir a séries de televisão jogada no sofá ou, equilibrada nos ombros do seu dono, mergulhar no universo da literatura e se assombrar com Machado de Assis.
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