O livro desvenda um caminho profundo, onde o racismo se entrelaça e enlaça corpos e mentes. O texto emerge a voz das crianças e de suas famílias a partir da análise realizada pela pesquisadora e professora de educação infantil, apoiada nas concepções do Modelo Bioecológico de Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner (1917–2005), cotejada à discussão acerca do racismo estrutural. A escrita revela o olhar de quem vive, sente e reproduz as microviolências cotidianas do racismo. Das práticas cruéis de discriminação, que se manifestam nas salas de aula, investiga-se o impacto sombrio do racismo estrutural, o qual se infiltra no desenvolvimento infantil, deixando marcas invisíveis, porém profundas. Ângela, com sabedoria e coragem, estende o olhar para o passado e evidencia a força do movimento negro, que atravessa gerações e resistências. Seu livro revela as múltiplas faces desse racismo que insiste em silenciar, calar e emudecer as vozes das crianças. Em um ato político, aponta, com firmeza e urgência, a necessidade de romper esses silenciamentos que permeiam as práticas na educação infantil.
Marleide Rodrigues da Silva Perrude
Avaliações
Não há avaliações ainda.