Casos de Minas completa 40 anos e marca o início da fecunda jornada literária de Olavo Romano, que se tornou amado e reconhecido por registrar, com graça e simplicidade, a fala e as memórias do Brasil rural em que nasceu e se criou. O pré-lançamento deste livro, em Morro do Ferro, foi a volta à escola primária, entre parentes e amigos. Em Belo Horizonte, uma semana depois, foram autografados mais de 500 livros no lançamento oficial. Adotado no vestibular e no supletivo, a edição de 3 mil exemplares se esgotou em menos de 6 meses. Logo após esse acontecimento, Jorge Amado contou que Casos de Minas passou de mão em mão entre a família. Carlos Drummond de Andrade, com talhe de letra inconfundível, em carta a Romano, compara a fazenda da capa da primeira edição da obra à do avô, ‘só que com a escada do outro lado’, e elogia o autor por ‘sua prosa feliz’. Um colega de trabalho, admirado com a multidão que lotou o museu Abílio Barreto para esse primeiro encontro de Olavo com o público, observou: ‘Nunca pensei haver tanto capiau na capital!’. De pesquisador, Romano tornou-se contador de casos, estimulando a abertura de velhos baús, animando rodas de prosa e viola noite adentro. Apresentou-se na rodoviária de Brasília, no Parque Ibirapuera, em escolas e empresas, em remotas praças na divisa de Minas com a Bahia, animou concorridos saraus ao lado de cantores e violeiros. Com histórias levadas ao palco ou contadas em adaptações para as telas, chegou ao Festival de Gramado. Com mais de 20 livros publicados, participou, semanalmente, do quadro ‘Prosa Arrumada’, no programa ‘Arrumação’, ao lado de Saulo Laranjeira. Pelo caminho da roça, chegou à Academia Mineira de Letras, que dirigiu por três anos, tornando-se seu Presidente Emérito. Atualmente, como Editor Sênior da Caravana, Olavo Romano se empenha em revelar novas vocações literárias, enquanto organiza a publicação da sua obra, com a alegria de ser o autor homenageado da Bienal Mineira do Livro 2022.
Leonardo Costaneto
Avaliações
Não há avaliações ainda.