Em algum dia, de alguma era, essa ou das mais antigas, Júnior Cordeiro mergulhou nas águas do Rio Taperoá. O rio estava cheio, as pedras cantavam um estranho novelo melódico, enquanto as águas dançavam sobre um leito de locas e areias. E foi ali, cercado de águas que, por alguma força inexplicável, quase num balbucio, a correnteza do rio decifrou-lhe as antigas palavras. Os olhos de Júnior Cordeiro se derramaram sobre as minudências do Existir, sobre as complexidades do Ser, sobre os Mistérios das almas, sobre o coração das pedras, sobre a alma dos lajedos, sobre o espírito dos cactos, sobre as incógnitas das equações celestiais. Desde esse dia, música e palavra lhe sequestram para o Lugar das carruagens fantásticas, das dores e alegrias labirínticas. Júnior Cordeiro é a palavra que nunca termina assombrando as estradas.
Aderaldo Luciano
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